Mãe-da-Peste

névoa

Numa madrugada fria e sombria entoada pelo canto melancólico da Mãe-da-Lua, cujo canto estranho lembra uma gargalhada de dor, cercou a escuridão da noite iluminada somente pela luz da lua e pintou um ambiente de grande mistério e assombro na floresta amazônica que, na aurora do dia, os índios viram surgir uma atmosfera densa e um escuro nevoeiro que tomou toda a aldeia.

Esse imenso vapor sombrio assustou a todos os índios que, com medo de sua presença, se esconderam em suas ocas enquanto o cacique realizava dentro da sua oca um feitiço para espantar aquela névoa sombria e melancólica da aldeia, mas seus esforços foram inúteis e, durante uma semana inteira aquela sombra nebulosa pairou sobre a aldeia, deixando toda a tribo apavorada e obrigando-os a ficarem dentro de suas ocas por medo do que poderia lhes acontecer se saíssem naquela névoa densa e obscura.

No entanto, depois de uma semana a névoa escura saiu da aldeia e se desfez no ar, deixando, em fim, os raios de sol penetrar. Todos os índios saíram de suas ocas para na aldeia festejar, mas quando a noite caiu e se ouviu novamente o canto da Mãe-da-Lua a seus gritos de dor apavorar, todos  os índios da aldeia imediatamente começaram a se sentir mal e passaram a noite toda a vomitar.

Durante a madrugada, sob o canto agoniante da Mãe-da-Lua, todos os índios muito fracos começaram a chorar, sentiam seus corpos doloridos e quentes e viram a febre o seus corpos tomar. Desidratados de tanto vomitar, todos os índios aos poucos começaram a cair ao chão com falta de ar, e dentro de alguns minutos toda a aldeia viu a Mãe-da-Peste junto com Luison, o deus da morte, chegar.

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