Amazonas

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Um antropólogo americano do MIT foi até o Brasil, no meio da floresta amazônica, em busca de provas da existência das mulheres guerreiras conhecidas como Amazonas. O antropólogo era fascinado com a lenda das Amazonas e, apesar de saber que as mulheres guerreiras Amazonas da Amazônia brasileira eram o nome dado a uma raça de seres humanos do sexo feminino que existia em toda a parte do mundo, sendo relatada primeiramente entre os gregos. Amazonas é o nome dado a uma civilização que dominou o mundo durante eras, e que atualmente está quase extinta, existindo possivelmente na Amazônia brasileira, pois estes eram os últimos resquícios da presença desta civilização na idade moderna.

No dia 04 de maio de 1986 o antropólogo americano do MIT Dylan Moore chegou ao Brasil. No aeroporto foi recebido por seu tradutor e assistente da Unicamp o antropólogo brasileiro Ângelo de Azevedo, e juntos ali mesmo ele eles transladaram par outro avião de pequeno porte que os levou direto do aeroporto de Natal até o Pará, no meio da floresta Amazônica. Aterrissaram numa pista construída ao lado de uma aldeia indígena já acostumada com a presença do homem branco, servindo de entrada na Amazônia para muitos pesquisadores. Naquele dia os dois antropólogos ficaram hospedados na aldeia em uma de suas muitas ocas e redes de dormir.

No outro dia ainda na aurora do sol pintado o verde da floresta em um amarelo ouro quase mágico, os dois antropólogos agradeceram os indígenas pela hospedagem e partiram para dentro da mata densa e hermética, tomada por um brilho intenso da luz do sol rasgando as gotas de água do nevoeiro sobre a relva. Com suas mochilas e seus equipamentos, mapas, livros, cadernos e lápis, andaram durante horas a fio no meio da floresta rumo à região onde eles acreditavam que seria a mais provável de se flagrar os costumes das Amazonas. Eles caminharam de baixo de sol e chuva durante três dias e três noites até em fim chegarem ao local desejado. No entanto, depois de uma semana de procura cuidadosa, sol, chuva, insetos, pântanos, bichos peçonhentos e perigosos, noites de sono nada tranquilas, os antropólogos ainda não haviam encontrado sequer um vestígio da existência das Amazonas naquela região da floresta. Já ficando cansados, os mantimentos iniciais se acabando, apesar de estarem caçando e comendo alimentos encontrados na mata, eles acabam desistindo de sua empreitada original e decide retornar à aldeia onde pousou pela primeira vez para reabastecer suas forças, pesquisar e entender mais agora diretamente com os índios e não com os livros, o que eles sabiam sobre a existência das Amazonas. Na volta para a aldeia, Dylan, num acesso de asma controlado por uma bombinha que ele carregava sempre consigo, deixou o seu mapa cair sem querer no rio amazonas, no qual entrar não seria para ele uma opção, pois queria voltar para casa e, se possível, vivo e com a documentação que comprova a existência da civilização das Amazonas.

Sem o mapa em mãos, eles começaram a se guiar pelas estrelas, mas era incerto porque a mata era muito densa e fechada e impedia uma boa visualização do céu, com medo de que sua observação estivesse sendo prejudicada pelas enormes árvores da floresta, Ângelo construiu uma bússola com um pedaço de arame que, magnetizado com seu cabelo e posto sobre uma folha boiando sobre uma poça d’água, apontou a direção para onde seguir.

No meio do caminho, porém, bem no crepúsculo da noite, os antropólogos resolveram acampar para passarem a noite. Aramaram suas barracas e se deitaram dentro da barraca iluminada somente pelo lampião. Durante a noite fria, densa e melancólica regida pelo canto macabro da mãe da Lua, os antropólogos começaram a ouvir sons bem distintos de vozes femininas a cantar como se estivessem dando uma festa ou realizando alguma cerimônia religiosa. Pensando que este fosse um sinal claro de que estava indo na direção certa, de que estavam perto da aldeia de onde saíram, eles não se preocuparam, e saíram da barraca para tentar descobrir de onde exatamente vinham aqueles sons.

Ao saírem da barraca, olharam fixamente no escuro toda a floresta em volta e só ouviram aqueles sons como se fossem ecos na floresta, não conseguindo identificar de onde vinham. Todavia, de repente Dylan viu ao longe no meio da floresta um brilho de fogo e, tão logo, percebeu que ali estava a tribo que habitava a aldeia de onde eles haviam saído, e que os havia acolhido tão bem. Felizes, eles se cumprimentaram e se abraçaram comemorando o achado da aldeia. Tão alegres e vendo que as luzes estavam apenas há alguns quilômetros a sua frente, ambos juntaram suas coisas e saíram no meio da noite sombria da floresta rumo à aldeia de onde eles haviam saído inicialmente.

No entanto, ao se aproximarem mais e mais das luzes e dos sons, com o olhar enviesado para a mata, ambos se deram conta de que aquela não era a tribo de onde eles haviam saído, mas sim a horda das Amazonas, pois ao redor do fogo estavam mulheres alvas e altas, com um cabelo negro belo e cumprido, trançado de forma impecável da cabeça até as pernas. Eram muito altas e muito fortes, andavam nuas em pelo vestidas somente com seus arcos e flechas penduradas em seus corpos a tamparem somente uma pequena parte de seus seios e vagina; e elas dançavam e cantavam em volta do fogo no meio da floresta amazônica, como se comemorassem alguma festa religiosa cheia de êxtase e deslumbramento provocado pelo fogo.

Quando os antropólogos se deram conta de que eles, por acaso, haviam em fim encontrado a civilização das Amazonas, as mulheres guerreiras, eles quase desmaiaram de tanta alegria, por constatarem a veracidade da lenda; mas, ao mesmo tempo, receosos com a fama das Amazonas de serem boas guerreiras, se mantiveram a distância a noite toda enquanto observavam a cerimônia religiosa das Amazonas com seus binóculos, enquanto anotavam no escuro iluminado somente por uma vela camuflada com folhas e uma armação improvisada de galhos de árvore, tuto o que estavam registrando com seus sentidos naquele instante, e descrevendo todo o cerimonial religioso das Amazonas. Eles sabiam que haviam feito a descoberta do milênio e que, caso conseguissem voltar para casa com todo o material anotado em seus cadernos, isso lhes renderia prestígio, reconhecimento, glória e fama no mundo acadêmico, por isso tomaram muito cuidado para não serem vistos durante a madrugada pelas Amazonas.

Todavia, no meio da madrugada, enquanto espiavam e anotavam o comportamento das Amazonas, ambos ouviram um barulho estranho na mata vindo da escuridão sombria da floresta; assustados, pararam tudo o que estavam fazendo e ficaram a observar emudecidos a escuridão da floresta e, depois de alguns segundos de um total silêncio, viram duas Amazonas saírem do meio da mata densa e escura e saltarem sobre seus corpos, fazendo-os desmaiarem no mesmo instante.

Quando acordaram, os antropólogos estavam  nus e amarrados com cipó a um grande tronco no meio da aldeia das Amazonas. Assustados e com medo, viram centenas de Amazonas dançarem e cantarem em volta de seu corpos nus e, reparando em seus olhares famintos, viram todas aquelas mulheres seduzirem-no, apesar do medo, deixando-o excitado, enquanto elas se aproveitavam da ocasião e mergulharam numa orgia completa entre elas e eles até eles próprios não aguentarem mais.

Quando chegaram ao esgotamento total de seus corpos, os antropólogos, desacordados, foram retirados do tronco e colocados sobre um enorme caldeirão com água fervendo sobre uma grande fogueira. Depois de uma madrugada inteira cozinhando os corpos dos homens, em fim todas se serviram de uma grande sopa de carne humana.

Nove meses depois, centenas de Amazonas começaram a gerar seus filhos com os dois antropólogos. E de todos os bebês que nasceram, somente as mulheres eram mantidas vivas e cuidadas na horda, enquanto que todos os bebês homens eram imediatamente assassinados por suas próprias mães que, simplesmente quebravam o pescoço da criança ainda ligada ao cordão umbilical e ali mesmo os enterrava. Desta forma as guerreiras Amazonas sempre se mantinham escondidas e, sempre que algum pesquisador ou índio apareciam por lá, elas procriavam e aumentavam sua descendência, mantendo seu povo ainda vivo durante milênios enquanto todos somente pensavam que elas não passavam de uma lenda.

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